PF PRENDE DOIS EXECUTIVOS DA ODEBRECHT EM NOVA FASE DA LAVA JATO

sexta-feira, 19 de junho de 2015

São Paulo - A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira, 19, mais uma fase da Operação Lava Jato. Os alvos são a Construtora Norberto Odebrecht e Andrade Gutierrez - duas das maiores empreiteiras do País, suspeitas de corrupção e cartel. Os executivos Márcio Farias e Rogério Araújo, da Odebrecht, foram presos.
Eles estão sob suspeita desde setembro de 2014 quando foram citados pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras como responsáveis pelo pagamento de US$ 23 milhões de propina da Odebrecht para uma conta aberta na Suíça.
Batizada da Operação Erga Omnes, a nova fase cumpre 59 mandados judiciais em quatro Estados - 38 mandados de busca e apreensão, nove mandados de condução coercitiva, oito mandados de prisão preventiva e quatro mandados de prisão temporária. Cerca de 220 policiais federais participam da operação. Os presos serão levados para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba onde permanecerão à disposição da Justiça Federal.
Um dos locais é a sede da Odebrecht, em São Paulo. No fim de maio, a maior empreiteira do País afirmou à Polícia Federal, em petição, que "não participa de esquemas ilícitos, menos ainda com a finalidade de pagar vantagens indevidas a servidores públicos ou executivos de empresas estatais". A empresa rechaçou com veemência suspeitas sobre contratos com a Petrobras.
Em depoimento, o doleiro Alberto Youssef, personagem central da Lava Jato, afirmou que, além de operar propinas da empreiteira Andrade Gutierrez no esquema de desvios na Petrobras, também operou US$ 600 mil do Caixa 2 da empresa às vésperas de ser pego na operação.
Segundo o delator, a movimentação teria sido realizada no final de 2013 e início de 2014 e atendido inclusive a um pedido da diretoria da empreiteira na Venezuela. "Foi uma operação de US$ 300 mil que mandei para a DGX (conta utilizada pelo doleiro no exterior) e duas operações de US$ 150 mil, que não têm nada a ver com a Petrobras", relatou.

Propina paga pela Odebrecht é estimada em R$ 510 mi e pela Gutierrez,em R$ 200 mi

De São Paulo
Em entrevista na sede da Polícia Federal, na manhã desta sexta-feira, 19, integrantes da força-tarefa da Lava Jato explicaram a mais recente fase da operação, deflagrada na manhã de hoje e que teve como alvo as empreiteiras Andrade Gutierrez e Norberto Odebrecht. Segundo o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, as prisões foram motivadas por pagamentos de propina no exterior via empresas off shore, principalmente a integrantes das diretorias de Abastecimento e Serviços da Petrobras.
As prisões desta sexta-feira foram feitas após delatores indicarem o recebimento de propina no exterior, segundo o procurador. Paulo Roberto Costa e Pedro Barusco citaram a Odebrecht, mas Carlos Fernando disse que há outras provas dos pagamentos, além das delações. O procurador defendeu que havia elementos para os pedidos de prisão e que a etapa deflagrada na manhã de hoje é uma continuação da 7ª fase. Para ele, as empreiteiras Andrade Gutierrez e Norberto Odebrecht capitaneavam o esquema de cartel na Petrobras.
O delegado da Polícia Federal Igor Romário de Paula disse acreditar que os principais executivos das empresas sabiam do esquema e não combateram as práticas internamente. Bernardo Freiburghaus, que deixou o Brasil e foi morar na Suíça, sendo considerado foragido, foi apontado como o operador da Odebrecht no esquema.
A força-tarefa estimou em R$ 200 milhões o valor das propinas pagas pela Andrade Gutierrez no esquema da Petrobras. O valor da Odebrecht é ainda maior, R$ 510 milhões. Os investigadores disseram que a denúncia do caso Petrobras deve ser concluída até o final do ano e que a força tarefa espera apenas o término dos trabalhos do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Prisões

O balanço da operação desta sexta-feira mostra que, dos 12 mandados prisão, temporárias ou preventivas, 11 já foram cumpridos. O executivo da Odebrecht César Ramos Rocha é o único que ainda não foi encontrado. Ele, no entanto, ainda não é considerado foragido.
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Operação Lava Jato da PF156 fotos

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19.jun.2015 - Alexandrino Alencar(c), diretor de Relações Internacionais da Odebrecht chega à Superintendência Regional da Polícia Federal, na zona oeste de São Paulo. Onze executivos das empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez foram presos na 14ª da operação Lava Jato deflagrada hoje. Batizada de operação Erga Omnes, a nova fase cumpre 59 mandados judiciais em quatro Estados, trinta e oito deles de busca e apreensão, nove mandados de condução coercitiva, oito mandados de prisão preventiva e quatro mandados de prisão temporária. Os presos serão levados para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde permanecerão à disposição da Justiça Federal. Leia mais Rafael Arbex/Estadão Conteúdo
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