No dia seguinte à mudança de voto, um
internauta escreveu na página do deputado Marcelo Matos (PDT-RJ): "Valeu,
deputado, fez prevalecer a vontade dos seus eleitores – votou a favor da
alteração constitucional: da redução da maioridade penal. Parabéns!!!".
Reprodução/Facebook
Mensagem na página do deputado federal Marcelo
Matos (PDT-RJ)
Antes, o pedetista havia sido brindado com a
mensagem: "toma vergonha na cara, não votei em vc para ficar em cima do
muro. Isso é atitude de COVARDE! Agora já te conheço, perdeu 8 votos da minha
família" (sic). A mensagem foi apagada em seguida.
O deputado Heráclito Fortes (PSB-PI) foi outro
bastante elogiado em sua página no Facebook após ter se decidido votar
favoravelmente à redução da maioridade penal na segunda votação. Anteriormente,
ele tinha optado por se abster.
Um internauta aproveitou para alfinetar Fortes.
"Se redimiu, né, deputado. Pois na votação anterior ficou em cima do muro,
se absteve, mas agradecemos o seu voto".
Outros internautas frisaram que não ficaram
convencidos do novo posicionamento dos seus parlamentares. Muitos disseram que
os políticos só mudaram de opinião em razão das críticas recebidas pelos
eleitores.
Reprodução/Facebook
Mensagem da página de Heráclito Fortes (PSB-PI)
Já outros, mas em menor número, disseram-se
frustrados com a reviravolta protagonizada pelos deputados vira-casaca e também
fizeram críticas a eles. Na página da deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP), por
exemplo, alguns mostraram seu desapontamento.
"Poxa, Mara, te admiro tanto, seu voto de
hoje foi uuma grande decepção. Uma manobra ilegal do Eduardo Cunha para uma
postura imoral da Câmara, em nome do ódio, não da justiça."
Explicação
Alguns dos deputados vira-casaca fizeram
questão de responder aos afagos dos seus eleitores. Um caso interessante foi o
do deputado Marcos Abrão (PPS-GO). O parlamentar postou em sua página do
Facebook que tinha mudado de opinião em relação ao tema.
"Agora [que] inclui apenas os jovens
envolvidos em crimes bárbaros, decidi votar pela redução da maioridade
penal".
No entanto, o argumento usado por ele para
rebater as criticas que recebeu após ter votado contra a redução, na primeira
votação, foi diferente. Um internauta havia escrito na página eletrônica de
Abrão: "Goiás tem vergonha de você".
Em sua réplica, o político respondeu: 'Minha opinião é de que diminuir a
maioridade penal não vai reduzir a violência! Em nenhum país que reduziu teve
diminuição da criminalidade. Não há provas de que a redução da idade da
imputabilidade penal reduza os índices de criminalidade".
Relembre a votação
Na terça-feira, a Câmara dos Deputados colocou
em votação um texto substitutivo da PEC (Proposta de Emenda Constitucional)
171/93, que previa a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos para os
crimes considerados "graves". A votação terminou com 303 votos a
favor, 184 contrários e 3 abstenções – por se tratar de emenda constitucional,
eram necessários o mínimo de 308 votos para que ele fosse aprovado.
Em uma manobra do presidente da Câmara, Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), um novo texto foi apreciado 24 horas depois em lugar do
substitutivo, derrotado na véspera. Ao mudarem o voto, esses 24 deputados
ajudaram a aprová-lo, em primeiro turno, com o número de votos necessários
(323).
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Saiba mais sobre a maioridade penal pelo
mundo10 fotos 1 / 10
Policial conduz jovens detidos após briga na
zona norte do Rio de Janeiro (RJ). A América Latina é a região com mais países
que adotam os 18 anos como referência: além do Brasil, Uruguai, Argentina,
Chile, Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, México, Costa Rica, República
Dominicana, El Salvador, Honduras, Nicarágua e Panamá. A África tem três países
(Nigéria, Mali e Libéria), e a Ásia, nenhum Leia mais Celso Meira/Agência O
Globo
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